Risco de sabotagem em cabos submarinos acende alerta global
- Redação

- 8 de dez.
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A infraestrutura de cabos submarinos, responsável por praticamente toda a circulação de dados no mundo, voltou ao centro das preocupações internacionais. Episódios recentes de rompimentos no Mar Báltico reacenderam o debate sobre vulnerabilidades estratégicas, especialmente em um cenário de tensões crescentes entre potências globais. Especialistas apontam que a espinha dorsal da internet, formada por mais de 500 cabos e mais de 1,3 milhão de quilômetros de extensão, segue exposta a riscos de sabotagem.
Desde 2022, pelo menos dez cabos foram danificados na região nórdica, parte deles em circunstâncias suspeitas. Rússia e China aparecem como potenciais responsáveis, embora sem comprovação definitiva. Investigadores citam marcas de âncoras, rotas irregulares de embarcações e movimentações atípicas como sinais de alerta. A hipótese de acidentes não é descartada, mas governos avaliam o impacto geopolítico de eventuais ações intencionais.
No Pacífico, as apreensões são ainda maiores. Cabos que conectam Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos são vistos como alvos estratégicos em caso de conflito com a China. Relatórios de centros de estudo norte-americanos indicam que Pequim desenvolveu tecnologia capaz de cortar cabos em grandes profundidades, ampliando a percepção de risco. A interrupção de um único cabo principal poderia isolar regiões inteiras, afetando comunicação, economia e serviços essenciais.
Governos e instituições pressionam por medidas mais robustas de proteção, tanto jurídicas quanto tecnológicas. Países estudam leis mais rígidas, rotas marítimas com restrições e instalação de cabos mais afastados entre si. Apesar de planos de contingência e redirecionamento de tráfego, especialistas reconhecem que, diante de um ataque coordenado, não há infraestrutura capaz de impedir uma interrupção total — cenário que reforça a urgência global por estratégias de resiliência.

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