Primeira diplomata mulher do Cariri é aprovada no Itamaraty
- Redação

- 21 de nov.
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A cearense Shayana Sarah Andrade Mousinho, de 25 anos, conquistou um feito inédito ao se tornar a primeira mulher nascida no Cariri aprovada no concurso para a carreira diplomática. A jovem superou a disputa de 9 mil candidatos por apenas 50 vagas e agora ingressará no Ministério das Relações Exteriores. Emocionada, ela afirma que o resultado é fruto de esforço contínuo e de políticas de inclusão que ampliaram as chances de mulheres e negros no processo seletivo.
Formada em Direito pela Universidade Regional do Cariri, Shayana estudou cerca de oito horas por dia durante um ano e meio, conciliando a rotina com o trabalho no Ministério Público em Juazeiro do Norte. Beneficiada pelas ações afirmativas do concurso, ficou entre os dez cotistas negros aprovados e destaca que as novas regras foram determinantes para garantir mais diversidade na última etapa do certame, que registrou o maior percentual de mulheres aprovadas da história.
A preparação exigiu renúncias pessoais, incluindo a pausa na carreira acadêmica, mas também fortaleceu a ligação da nova diplomata com suas raízes. Ela afirma que levará o Cariri para Brasília, defendendo que a política externa deve representar todo o país, não apenas os grandes centros. A história ganhou ainda um componente de fé: o padrasto de Shayana cumpriu a promessa de caminhar 12 quilômetros até o Horto do Padre Cícero após a divulgação do resultado.
Para a URCA, onde a jovem foi recebida com homenagens, a aprovação é celebrada como marco regional e inspiração para novas gerações. Professores destacam que sua trajetória abre portas para mulheres negras do interior em um espaço historicamente elitizado. Para Shayana, o significado vai além da conquista pessoal: é a prova de que educação, políticas inclusivas e persistência podem transformar realidades e redefinir quem ocupa lugares de poder no Brasil.

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