Banco Central fecha cerco contra contas usadas pelo crime organizado

O Banco Central publicou novas regras para encerrar as chamadas “contas-bolsão”, mecanismo utilizado por organizações criminosas para lavar dinheiro. Essas contas são abertas por fintechs em bancos tradicionais e centralizam recursos de vários clientes, o que dificulta o rastreamento da origem do dinheiro.

Investigações da Receita Federal e do Ministério Público já identificaram o uso dessas contas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que teria movimentado R$ 46 bilhões em operações ilegais por meio da fintech BK Bank. A brecha regulatória impedia a comunicação às autoridades dos nomes e valores envolvidos, o que facilitava o uso indevido do sistema financeiro.

A resolução do BC, que entra em vigor em 1º de dezembro, determina que as instituições financeiras criem mecanismos próprios para identificar e encerrar contas suspeitas. As regras visam coibir o uso irregular de contas em nome de terceiros e fortalecer a integridade do sistema bancário.

O órgão também aumentou o capital mínimo exigido das instituições financeiras, em uma estratégia para reduzir vulnerabilidades no PIX e em operações digitais. Segundo o BC, o conjunto das medidas busca fechar as brechas que permitiam o uso de instrumentos tecnológicos para ocultar transações ilegais.